Estava um bonito dia, o sol rompia, os passarinhos cantavam, os peixes saltavam divertidos no rio Cértoma como que fazendo a percussão para o canto dos rouxinóis, a brisa suave oferecia o fresco e envolvente som das folhas das árvores, os coelhos contribuíam com os inesperados e engraçados ligth motives que dotavam a obra da mais simplificada coerência, o som da água corrente trazia a pitada de paz que se sentia. Tudo era perfeito a música era harmoniosa, ao fundo via-se um arco iris de 12 cores que iam desaparecendo progressivamente uma a uma deixando espaço para brilhar o maior dos solistas: o SOL.
Foi neste dia, e embebido nesta musica divina que Rocolo adormeceu ao lado da sua mãe: a arvore de borracha, a quem tinha dado o nome de Achabor.
Rocolo dormia calma e profundamente, aconchegado por bonitos sonhos provenientes da paz constante que sentia pela comunhão plena com a natureza, quando subitamente cai uma maçã vermelha da árvore em que se encostou, mesmo em cheio no topo da sua cabeça. Esta ao cair imediatamente se partiu em duas partes geometricamente iguais, formando assim um circulo perfeito visível em cada uma das suas metades.
Esta transição de descanso em plena paz para um acordar súbito, muito repentino e inesperado, provoca, na cabeça de Rocolo a típica confusão nesta situação de: por alguns segundos não se saber “que se passa?”, “que aconteceu?”, “onde se está?”, “quem se é?”, “em que tempo se está?” … É a partir deste caos mental de apenas alguns instantes e desta geração em massa e instantâneas das mais pertinentes questões, numa mente aparentemente vazia, que ele conseguiu assimilar e percecionar de uma forma ampliada, que se gera na sua cabeça a maior das revelações, e consequente transformação em todo o seu ser.
É por isso que após este momento Rocolo afirma ter compreendido a importância da maçã na explicação do universo e essência humana. Conseguindo assim fazer a associação entre duas das mais impactantes teorias que mudaram a perceção do ser humano acerca do universo: As leis de Newton e a explicação bíblica da Criação do mundo, ambas têm um mesmo elemento comum, ambas estão ligadas/associadas a uma maçã.
Segundo ele Newton concebeu as leis da física que revolucionaram a física por observar a queda de uma maçã. No texto bíblico o arrancar da maçã da árvore foi o ponto chave que mudou a vida do ser humano, para aquilo que ela é e como a conhecemos hoje. Em ambos os momentos a chave de tudo está sempre na maçã.
Neste caso não foi exceção também com Rocolo o mesmo se passou foi a maçã vermelha que lhe trouxe aquele momento de lucidez, aqueles segundos de caos que ao poderem ser experimentados com uma lucidez de quem assistia de fora ao episódio da personagem que acorda subitamente sem saber quem é onde está … sem ligação a sua memória, lhe deram o conhecimento e proporcionaram o correspondente milagre da transformação e consequente acesso e passagem a um outro patamar do conhecimento.
