Peça 6: “Dan Ça Con Cordas?”
Esta é uma peça original, escrita para o modelo urbano de cavaquinho português
oitocentista/machete, afinação Ré, Si, Sol, Ré.
A partitura pode ser encontrada no LINK: PauloBastos_Mestrado_DancaConCordas_9SemTab.pdf
Contexto na performance “Raizes no Ar” (segundo RoCoLo)
“Segundo RoCoLo, temos assim nesta música o cavaquinho português a
fazer a ligação entre duas música de raízes diferentes, ou seja, em
termos simbólicos teremos Portugal representado no cavaquinho
português a conectar a cultura Espanhola e Brasileira através da simples
existência desta música, dois países de certa forma seus irmãos (um pela
eterna proximidade geográfica e consequente histórica influência mútua e
outro pela proximidade colonial e linguística) temos assim o Cavaquinho
Português a fazer uma espécie de magia ao servir como um elo de
ligação entre duas músicas de raízes distintas.
Esta música pretende assim simbolizar na performance a ligação entre
“culturas de raízes humanas” diferentes, celebrar a proximidade entre as
diferentes culturas e tradições de raiz e potenciar a vivencia conjunta das
mesmas.
Por este modo RoCoLo pretende não só potenciar o aumento das ligações individuais entre seres humanos, mas também estabelecer ligações entre colectivos/grupos de seres humanos, grupos esses que em si (como um todo), cada um deles são entidades/identidades também elas únicas, específicas relacionáveis entre si e com vida própria fora do controlo do indivíduo” ( Ref [110] )
Influências estéticas
A peça tem duas secções claramente distintas em termos de sonoridade, sendo uma delas
inspirada na música espanhola de caracter nacionalista, nomeadamente na sonoridade
característica das peças para guitarra do compositor espanhol Joaquim Rodrigo ou por exemplo
na transcrição para Viola Clássica da peça Sevilha de Isac Albeniz. A segunda secção é inspirada
na música “Brasileirinho” de Waldir Azevedo (Azevedo, 1949, Ref [34] ), a música que popularizou
e catapultou o cavaquinho brasileiro no Brasil em meados do seculo XX. Ambas as secções,
portanto, têm uma forte ligação sonora à dita “música das raízes” daqueles países.
Para além da melodia e harmonia escrita para o cavaquinho, foi pensado também um
acompanhamento percussivo criado no cavaquinho e feito com recurso à “loopsation”. Essa base
rítmica evoca a sonoridade das raízes da música tradicional portuguesa e permite um diálogo com
as duas sonoridades da peça mencionadas atrás
Técnicas utilizadas
Mão esquerda, são utilizadas de forma sistemática 3 técnicas muito especificas:
1. Ornamentos triplos ligados com recurso a corda solta (secção A).
Exemplo 14 : Peça “Dan Ça Con Cordas?”, extraído entre compassos 2 e 4
2. Ligados triplos ascendentes (secção A).
Exemplo 15 : Peça “Dan Ça Con Cordas?”, extraído entre compassos 27 e 28
3. Arpejos em uma corda com recurso a corda solta (secção C)
Exemplo 16 : Peça “Dan Ça Con Cordas?”, extraído entre compassos 58 e 60
Mão direita: é utilizada do início ao fim da peça sempre (exclusivamente) a técnica do polegar, em
movimentos alternados de vai e vem predominantemente.
Interação com o público
Um número elevado de pessoas é escolhido, aleatoriamente pelo “software,” para dançar no
palco. Esta música tem dois ambientes claramente distintos e pode assim potenciar duas
coreografias de dança diferentes se assim se entender: “Andro” e “Scotich” que implicam dançar
todos juntos numa das secções e com um par à escolha noutra, respetivamente.
Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf