Cavaquinho Português – RAÍZES NO AR https://raizesnoar.com Projeto Artístico do Mestrado em Música Performance em Cavaquinho Português - Universidade de Aveiro (DECA) Wed, 05 May 2021 08:14:12 +0000 en-US hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.9.25 https://raizesnoar.com/wp-content/uploads/2017/11/cropped-RaizesNoArCover-32x32.jpg Cavaquinho Português – RAÍZES NO AR https://raizesnoar.com 32 32 Algo interessante na música “electrónica” ė a utilização extrema e minimalista do ciclo, da repetição, pois desta forma é semelhante ao funcionamento do universo … assumidamente e sem quaisquer constrangimentos ou arrependimentos por ser constantemente repetitivo. https://raizesnoar.com/2019/10/03/algo-interessante-na-musica-electronica-e-a-utilizacao-extrema-e-minimalista-do-ciclo-e-da-repeticao-pois-desta-forma-e-semelhante-ao-funcionamento-do-universo-assumidamente-e-sem-quaisquer-arrep/ https://raizesnoar.com/2019/10/03/algo-interessante-na-musica-electronica-e-a-utilizacao-extrema-e-minimalista-do-ciclo-e-da-repeticao-pois-desta-forma-e-semelhante-ao-funcionamento-do-universo-assumidamente-e-sem-quaisquer-arrep/#respond Thu, 03 Oct 2019 16:30:54 +0000 https://raizesnoar.com/?p=694 Algo interessante na música “electrónica” ė a utilização extrema e minimalista do ciclo, da repetição, pois desta forma é semelhante ao funcionamento do universo … assumidamente e sem quaisquer constrangimentos ou arrependimentos por ser constantemente repetitivo.

 

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Musica 3 – Valsa (Sec. XIX) https://raizesnoar.com/2018/06/07/musica-3-valsa-sec-xix/ https://raizesnoar.com/2018/06/07/musica-3-valsa-sec-xix/#respond Thu, 07 Jun 2018 21:21:28 +0000 https://raizesnoar.com/?p=551 Musica 3 – Valsa (Sec. XIX do manuscrito de J. Meira)

Esta é uma peça do Sec. XIX atribuída a J. Meira (da região centro do país: Soure – Coimbra) que
traz para a “performance” a sonoridade característica do cavaquinho modelo urbano do continente
e um discurso musical bastante diferente do das peças anteriores.

Contexto na performance “Raizes no Ar” (segundo RoCoLo)

“Segundo RoCoLo, pretende-se que seja feita uma viagem para um
mundo imaginário, pretende-se que cada um crie um mundo não real na
sua mente e o visite e observe com atenção, um mundo onde se respira
serenidade e se aprecie cada pequeno detalhe com o mesmo espanto de
uma criança que olha infinitamente fascinada para uma caixinha de
música completamente encantada pelo seu som suave” ( Ref [110] ).

Influências estéticas

É uma peça com caráter de dança, com traços do período romântico (sec. XIX), portanto, uma
peça pertencente ao repertório escrito para cavaquinho modelo urbano oitocentista/machete do
continente. Era utilizada na época em ambientes urbanos de danças em salão pela classe
burguesa/aristocrata.

Técnicas utilizadas

Mão esquerda: Ornamentos variados: grupetos, mordentes, apogiaturas
Mão direita: Técnica de polegar em movimento de vai e vem

Interação com o público

A interação com o público faz-se através da dança. Um conjunto restrito de pessoas do público (1
a 3 casais) é escolhido aleatoriamente pelo “software” “RoCoLo – Audience Connection”. de entre
o grupo de pessoas que, ao registarem-se, selecionaram a opção que diz que tinham
conhecimento de danças tradicionais. Essas pessoas recebem uma mensagem no telemóvel,
convidando-as a ir ao palco dançar usando os passos de “mazurka”.

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

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Musica 10 – Raízes no Ar (Rapsodia Interativa) https://raizesnoar.com/2018/05/22/musica-10-raizes-no-ar-rapsodia-interativa/ https://raizesnoar.com/2018/05/22/musica-10-raizes-no-ar-rapsodia-interativa/#respond Tue, 22 May 2018 22:30:07 +0000 https://raizesnoar.com/?p=437 Peça 10: “Raízes no Ar” – Rapsódia Interativa

Esta peça é uma rapsódia, ou seja, é composta por um grupo de várias músicas tocadas como
sendo uma só, tal como é prática frequente no contexto da música tradicional. As músicas
utilizadas na rapsódia são arranjos meus para a afinação Ré, Si, Sol, Sol das canções/danças
tradicionais: “Regadinho,” “Rosinha” e “Toma lá dá cá”. Esta peça traz para a “performance” a
sonoridade característica do cavaquinho modelo rural minhoto.

Sendo estas peças provenientes do contexto rural, onde a música é passada de geração em
geração sobre tudo via oral, simbolicamente também não será disponibilizada partitura para esta
peça.

Contexto na performance “Raízes no Ar” (segundo RoCoLo)

“Segundo RoCoLo o enquadramento aqui é semelhante ao descrito na
música passeado. Para além disso o objetivo é tocar a música das
raízes, fazê-la soar pelo ar que nos conecta a todos, vivenciá-la e
sociabilizar através dela.
Prende-se celebrar e recriar, assim, os ambientes festivos, homenagear a
festa, a diversão e a boémia. Homenagear os ajuntamentos em massa de
Seres Humanos, para beber, falar, discutir, dançar, comer, rir, jogar, ver
jogar, ver tocar, ver dançar… celebrar a FESTA, o festival e o festejo,
que é transversal a todas as culturas e a todas as épocas no Ser
Humano.
Pretende-se assim experienciar e viajar pelos sons das diferentes festas/
festivais/feiras/jogos, sentir a grandeza do que é estar em conjunto, num
dado lugar criando uma energia e ambiente muito próprio e especial num
todo gigantesco do qual fazemos parte… para depois entendermos
também o que é estarmos uns com os outros, em conjunto, a viver num
mesmo espaço tempo no universo, e assim celebrar a festa da vida … a
festa da nossa existência aqui e agora.” ( Ref [110] ).

Influências estéticas

Esta peça é baseada nem melodias da música tradicional portuguesa.

Técnicas utilizadas

Mão direita: A técnica principal utilizada na mão direita para estas músicas é a técnica de rasgado
típica deste modelo de cavaquinho utilizado. Utilizo, no entanto, 3 versões diferentes dessa
técnica:
1. A técnica mais tradicional extraída das recolhas do Dr. Ernesto Veiga de Oliveira, de
Bernardino da Silva que podem ser encontradas nos respetivos arquivos sonoros ( Ref [123] );
2. Uma técnica nova desenvolvida por mim no âmbito da minha investigação neste mestrado,
onde é aplicada percussão em simultâneo com o rasgado. Essa técnica pode ser vista no
seguinte vídeo onde a demonstro ( Ref [44] ), e pode ser descrita da seguinte forma:
a) “rasgado” – o mesmo utilizado tradicionalmente no cavaquinho português (indicador
para baixo, polegar para cima, indicador para cima),
b) Percussão em simultâneo com:
1) polegar com função rítmica de bombo (inspirado em tocador de música
tradicional portuguesa)
2) com anelar (dedo mínimo) com função rítmica de caixa (inspirado na guitarra
flamenca)

A ideia de tocar com percussão em simultâneo foi inspirada em:
a) Tradição portuguesa especificamente no vídeo do projeto “A Música Portuguesa a
Gostar Dela Própria” (Pereira, 2010, Ref [84] ) de Francisco Goulart a tocar viola da
terra como se pode ver em (Goulart, 2012, Ref [59] )
b) James Hill (“ukulele”), especificamente inspirado no vídeo da Ref [61] em que ele toca
percussão, baixo, acompanhamento e melodia em simultâneo no tema Billie Jean,
original de Michel Jackson
c) A ideia de a utilização do dedo anelar para fazer o som/função da caixa, foi inspirada
na técnica da guitarra flamenca (golpe).
.
3. Uma adaptação que fiz da técnica de um dos rasgados utilizados na música flamenco
espanhola que pode ser vista no seguinte vídeo onde a demonstro ( Ref [42] ) (medio-para
baixo, polegar-para baixo; polegar-para cima; medio-para cima).

Interação com o público

A interação com o público é feita através da dança e do “software” “RoCoLo – Audience
Connection”. Todas as peças desta rapsódia são danças, com coreografias de dança em grupo
conhecidas (e inclusivamente dançadas na atualidade nos ambientes de danças tradicionais do
mundo) e como tal pretende-se que sejam também dançadas em palco com a sua respetiva
coreografia. O software “RoCoLo – Audience Connection” é usado para:
1. escolher 16 pessoas para dançar no palco, selecionadas aleatoriamente pelo software de
entre o grupo de pessoas que ao registarem-se selecionaram que tinham conhecimento ao
nível de danças tradicionais;

2. as restantes pessoas escolhem por votação (maioria) em 3 momentos distintos qual a música
da rapsódia a ser tocada/dançada de seguida.

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

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https://raizesnoar.com/2018/05/22/musica-10-raizes-no-ar-rapsodia-interativa/feed/ 0
Musica 4: Trindade (Ciclos de um Carrocel Parisiense) https://raizesnoar.com/2018/04/06/musica-4-trindade-ciclos-de-um-carrocel-parisiense/ https://raizesnoar.com/2018/04/06/musica-4-trindade-ciclos-de-um-carrocel-parisiense/#respond Fri, 06 Apr 2018 21:23:43 +0000 https://raizesnoar.com/?p=554 Peça 4: Trindade (Ciclos de um Carrocel Parisiense)

Esta é uma peça original, escrita para 3 modelos de cavaquinho português. O título Trindade é
uma alusão ao cavaquinho português nos seus diferentes modelos. A peça utiliza os três modelos e cada um tem a sua peça distinta, mas estas podem coexistir em simultâneo numa mesma peça global. Isso torna-se possível através do uso da “loop-station”, que permite gravar em pistas distintas várias frases musicais que depois podem ser lançadas, criando camadas que se podem sobrepor de várias maneiras. Esta peça permite mostrar a diferença entre os diferentes modelos de cavaquinho e ao mesmo tempo criar, a solo, um diálogo musical entre os diferentes instrumentos.

A partitura desta peça pode ser encontrada no LINKPauloBastos_Mestrado_Trindade.pdf

Contexto na performance “Raizes no Ar” (segundo RoCoLo)

“De acordo com RoCoLo esta peça pretende celebrar o divertimento
através dos “carroceis”, que é transversal a adultos e crianças, pretende
assim celebrar e fomentar os momentos em que se dá vida à criança que
existe sempre dentro de todos ao longo de toda a vida.
Para além disso é uma homenagem ao ciclo (grande parte dos carroceis,
anda em ciclos), que como afirma RoCoLo é a o elemento básico de todo
o universo, e responsável pela evolução/inteligência existente em tudo o
que nos rodeia.
Trindade pretende ainda representar as três componentes do nome de
RoCoLo uma só personagem um só nome RoCoLo, mas com 3
significados Ro – Roots, Co – Connection, Lo – Love” ( Ref [110] )

Influências estéticas

As influências para esta música são as músicas de ambiente que existem ou poderiam existir nos carroceis parisienses.

Técnicas utilizadas

Mão direita/esquerda:
Quando é utilizado o cavaquinho urbano oitocentista/machete toca-se a melodia do excerto em
baixo, com polegar alternado (em vai e vem) e ataque para baixo com ligado descendente seguido
de ataque para cima com polegar:

Exemplo 10 : Peça “Trindade”, extraído entre compassos 1 e 2, da pauta do cavaquinho modelo rural minhoto
No cavaquinho rural minhoto é utilizada a técnica tradicional de rasgado.
Nos cavaquinhos modelo urbano é utilizada a técnica do polegar, em movimentos alternados de
vai e vem.

Interação com o público

A interação com o público faz-se nos mesmos moldes das peças anteriores da performance, isto é o “software”
seleciona um conjunto de pessoas que vão ao placo para dançar. A peça é composta por três
subpeças, sendo cada uma delas uma dança diferente, nomeadamente uma “valsa a 8 tempos”,
uma “valsa a três tempos” e um “vira”. Na “performance” as danças vão alternando e podem
também surgir em simultâneo com diferentes combinações. Os bailadores deveram optar pela
dança que achem mais pertinente e que sentem mais em cada momento.

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

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https://raizesnoar.com/2018/04/06/musica-4-trindade-ciclos-de-um-carrocel-parisiense/feed/ 0
Musica 9 – Eu Estou Aqui (Canção de Embalar) https://raizesnoar.com/2018/03/22/musica-9-eu-estou-aqui-cancao-de-embalar/ https://raizesnoar.com/2018/03/22/musica-9-eu-estou-aqui-cancao-de-embalar/#respond Thu, 22 Mar 2018 22:22:39 +0000 https://raizesnoar.com/?p=454 Peça 9: Eu Estou Aqui (Canção de Embalar)

Esta é uma peça original, escrita para o modelo urbano de cavaquinho português
oitocentista/machete, afinação Ré, Si, Sol, Ré.

 

A partitura pode ser encontrada no LINKPauloBastos_Mestrado_EuEstouAqui.pdf

Contexto na performance “Raizes no Ar” (segundo RoCoLo)

“RoCoLo escolheu uma típica música de amor dos nossos dias (escrita
com o propósito de exprimir o amor entre duas pessoas que
vivem/partilham a vida em conjunto), pretendendo que esta seja agora,
no contexto da performance, sentida como uma música que cada uma
das pessoas da audiência pode cantar a qualquer outra pessoa da
audiência nomeadamente a pessoa à sua direita ou à sua esquerda, ou
como uma música que pode esperar ouvir ser “cantada” para si por
qualquer pessoa da audiência.
Esta música pretende, assim, ser uma música de embalar que se canta
não só as pessoas que mais gostamos como a todos os que nos
rodeiam, embalando-os fazendo-os sentir que não estão sós, que
estamos todos aqui neste momento espaço tempo uns para os outros,
para inspirar e ser inspirados pelos outros, para nos ligarmos e partilhar a
valiosa essência única de cada um” ( Ref [110] ).

Influências estéticas

Esta peça está construída sob a forma canção, no entanto pode ser tocada com cavaquinho e voz
ou apenas com cavaquinho solo, uma vez que melodia e acompanhamento foram escritos para
poderem ser tocados em simultâneo, utilizando a técnica do polegar típica do cavaquinho modelo
urbano (recorrendo ao arpejo do polegar).

Técnicas utilizadas

Mão direita: Técnica de polegar alternado em movimento de vai e vem, com recurso ao harpejo
sempre que necessário (sempre que fisicamente não seja possível tocar notas em simultâneo
devido à utilização da técnica do polegar). Em baixo imagem exemplificativa desta técnica:

Exemplo 20 : Peça “Eu Estou Aqui”, extraído entre compassos 2 e 3

Interação com o público

Nesta peça não haverá interação com audiência.

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

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https://raizesnoar.com/2018/03/22/musica-9-eu-estou-aqui-cancao-de-embalar/feed/ 0
Musica 7 – Choro de copo cheio https://raizesnoar.com/2018/03/22/musica-5-choro-de-copo-cheio/ https://raizesnoar.com/2018/03/22/musica-5-choro-de-copo-cheio/#respond Thu, 22 Mar 2018 22:10:00 +0000 https://raizesnoar.com/?p=439 Peça 7: Choro de Copo Cheio

Esta é uma peça original, escrita para o modelo urbano de cavaquinho português
oitocentista/machete, afinação Ré, Si, Sol, Ré.

 

A partitura pode ser encontrada no LINKPauloBastos_Mestrado_ChoroDeCopoCheioParaTese.pdf

Contexto na performance “Raizes no Ar” (segundo RoCoLo)

“Segundo RoCoLo Choro de Copo Cheio” pretende celebrar o choro, a
beleza que é um ser humano ter a capacidade de chorar, esta
capacidade do ser humano por si só é já considerada por RoCoLo um
dos maiores e mais belos mistérios, como tal, só por si seria o suficiente
para se celebrar na performance.
No entanto RoCoLo pretende exaltar nesta música especificamente o
choro de felicidade, aqueles momentos em que se sente uma felicidade
que as palavras não conseguem exprimir, um sentimento tal que é
superior ao corpo e até ao entendimento humano (superior ao copo que
molda a água e a torna visível aos olhos) e que como tal o faz
transbordar (chorar), sentir uma sensação de transvaso, como um copo
que atingiu e ultrapassou o seu limite e que por isso começa a deitar fora
a água que o “transcende”. Essas lágrimas de felicidade são a
demonstração desse limite ultrapassado dessa experimentação de algo
além do que o corpo pode conter, algo além de si próprio.
Segundo RoCoLo os pontos de choro definem os limites de um ser
humano e medem, como tal, a intensidade das experiências e
experimentação que cada um se propõe a usufruir ao longo da sua vida.
E por isso sugere que não se tenha medo de atingir os seus próprios
limites, que não hajam contenções que impeçam experimentar esses
limites que nos levam para universos além de nós, como nos
conhecemos.” ( Ref [110] )

Influências estéticas

A composição desta peça foi feita sobre metodologia e processos típicos da música erudita
(nomeadamente a utilização de motivos que passam de uma voz para outra, que ora são melodia
principal ora acompanhamento para outro motivo temático, com repetição/imitação de pequenos
gestos motívicos entre as diferentes vozes numa técnica típica do contraponto, bem como
recorrendo a modulações diversas). Acredito que por isto possa evidenciar ao ouvinte alguma
identificação com a dita música erudita. É, no entanto, como muitas das minhas peças,
influenciada de alguma forma pela forma canção.

Técnicas utilizadas

Mão direita: Técnica de polegar em movimento de vai e vem, usada de duas formas principais:
1. Tremolo: O tremolo que na viola clássica é feito com recurso a 4 dedos, é feito aqui apenas
com um dedo, o polegar, mantendo assim a articulação e técnica original do cavaquinho
modelo urbano oitocentista/machete. Neste caso específico a técnica de polegar que
desenvolvi aqui permite que se faça um baixo, acompanhamento harmónico em duas cordas e
trémulo com melodia:

Exemplo 17 : Peça “Choro de Copo Cheio”, extraído entre compassos 17 e 18
Também utilizei uma variante em que tremolo faz um pedal (servindo de acompanhamento),
sendo a parte principal a voz harmónica interior que se desenvolve como se fosse uma
melodia a duas vozes, sempre com a componente de baixo no primeiro tempo:

Exemplo 18 : Peça “Choro de Copo Cheio”, extraído do compasso 15

2. Harmónicos oitavados com acompanhamento de polegar num estilo contrapontístico:

Exemplo 19 : Peça “Choro de Copo Cheio”, extraído entre compassos 1 e 3

Interação com o público

Esta peça não tem interação com o público

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

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https://raizesnoar.com/2018/03/22/musica-5-choro-de-copo-cheio/feed/ 0
Teoria 1 – Afinação e Modos a Utilizar – Dó 528Hz https://raizesnoar.com/2018/02/23/teoria-1-afinacao-e-modos-a-utilizar-do-528hz/ https://raizesnoar.com/2018/02/23/teoria-1-afinacao-e-modos-a-utilizar-do-528hz/#respond Fri, 23 Feb 2018 00:14:08 +0000 https://raizesnoar.com/?p=617 “RoCoLo fez um estudo aprofundado sobre as afinações e concluiu que
deveria utilizar a afinação Lá – 250Hz de forma a que a nota Dó ficasse
com a frequência 528Hz, a poderosa e chamada frequência do AMOR
(que tem inclusivamente segundo ele capacidades curativas).
De forma a maximizar a ressonância desta frequência (Dó – 528Hz), nas
suas músicas, RoCoLo escolheu utilizar o cavaquinho português como
instrumento principal e criar peças nas tonalidades onde a nota Dó fosse
uma nota importante e muito recorrente, desta forma elegeu as seguintes
tonalidades (armações de clave) como sendo preferenciais para a
composição de peças com vista a potenciar as ligações entre as raízes
humanas (através do recurso à frequência 528 Hz): Dó M (utilizando o
modo Jónio), Mib M (utilizando o modo Eólico), Fá M (utilizando o modo
Mixolídio), Sol M (utilizando o modo Lídio), Lá M (utilizando o modo
Frígio), Sib M (utilizando o modo Dórico), Réb M (utilizando o modo
Lócrio), ou/e adicionando os acidentes das escalas relativas menores
respetivas (harmónica e melódica) para cada uma destas armações de
clave” ( Ref [110] )

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

Referencias sobre este assunto:

 

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https://raizesnoar.com/2018/02/23/teoria-1-afinacao-e-modos-a-utilizar-do-528hz/feed/ 0
Musica 05 – Brisa https://raizesnoar.com/2018/01/02/brisa/ https://raizesnoar.com/2018/01/02/brisa/#respond Tue, 02 Jan 2018 12:05:43 +0000 https://raizesnoar.com/?p=230 Peça 5: “Brisa”

Esta é uma peça original, escrita para o modelo urbano de cavaquinho português oitocentista/machete, afinação Ré, Si, Sol, Ré.

Contexto na performance “Raizes no Ar” (segundo RoCoLo)

“O objetivo desta peça é dar uma sensação de “Brisa Suave” ao ouvinte a mesma brisa de que fala RCcoLo (a personagem da performance Raízes no Ar) no seu artigo onde fala sobre a Brisa: “Quem és tu Afinal” e que se pode consultar no link: https://raizesnoar.com/2017/11/05/capitulo-13-quem-es-tu-afinal/ (Ref [110])

Pretende-se fazer uma homenagem e chamada de atençao para  o AR que envolve toda a terra, o mesmo AR que que todos respiramos, partilhamos instintivamente e que faz assim com que todos estejamos sempre conectados de uma forma física/continua uns com os outros”.

 

A partitura completa em PDF pode ser encontrada no LinkPauloBastos_Mestrado_Brisa8NoTab.pdf

Influências estéticas

A única influência premeditada que utilizei para a conceção desta peça foi apenas o conceito de Brisa, e a suavidade e paz que a ela eu associo. Esta sensação de paz pretende ser atingida pelo recurso a diversas notas pedais que vão sendo utilizadas apesar da mudança constante dos diferentes harpejos e pretendem assim manter uma estabilidade e continuidade pacifica ao mesmo tempo que os harpejos vão dando a sensação de “brisa de ar fresco”. A utilização do arpejo constante em toda a peça, para além de servir como elemento de exploração e desenvolvimento técnico do cavaquinho português, tem uma função de dar a dinâmica da minha visão musical da Brisa, em que uma nota é imediatamente seguida de outra dando assim sempre uma ideia de frescura e novidade melódica em harmonia e equilíbrio rítmico e melódico típico dos harpejos que utilizo.

Apesar da peça estar escrita, e ter um tempo recomendado, a sua interpretação deverá ser livre em termos de dinâmicas e variação de tempo (accelerando/ralentando) de acordo com visão do intérprete e da sua ideia individual de Brisa.

Técnicas utilizadas

Mão esquerda: são utilizadas de forma sistemática 2 técnicas muito especificas:

  1. Arpejo com base em acordes mais ou menos dissonantes nas 4 cordas com recurso a “ligado simples” descendente na última corda com inclusão de corda solta como última nota

Exemplo 11: Peça “Brisa”, extraído do compasso 11

  1. Arpejo com base em acordes com polegar em movimento ascendente, mas com última nota (mais aguda) isolada e acentuada com polegar em movimento oposto (descendente):

Exemplo 12: Peça “Brisa”, extraído entre compassos 14 e 15

  1. Arpejo com base em acordes terminados comligadoquadruplo” (ascendente e descendente) com inclusão de corda solta como última nota

Exemplo 13: Peça “Brisa”, extraído do compasso 32

 

Mão direita: é utilizada do início ao fim da peça sempre (exclusivamente) a técnica do polegar.

Especificamente nesta peça criei uma técnica inédita no contexto deste instrumento: é explorada, na mão direita, uma técnica de arpejo que na Guitarra Elétrica se chama de “Sweeping” (que é feita normalmente com palheta) sendo aqui desenvolvida e adaptada por mim para a técnica de polegar tipicamente utilizada no cavaquinho português modelo urbano oitocentista/machete:

Esta nova técnica pode ser observada nas três imagens já referidas em cima.

Interação com o público

A interação com o público é feita através da dança e também através da criação duma “paisagem sonora”, mediada pelo “software”. Esta música pretende criar no público uma sensação de paz, suavidade, relaxamento e ao mesmo tempo de conexão entre todos, através da celebração do mesmo AR que que todos respiramos e partilhamos instintivamente e que faz assim com que todos estejamos sempre conectados de uma forma física/continua uns com os outros. Quem optar por dançar esta música poderá fazê-lo recorrendo a coreografia de “Hanter dro” em que todos estão também ligados entre si pelo toque das mãos numa corrente humana onde se poderá sentir o calor energético que a atravessa, ligação esta que será também e ainda mais potenciada pela dimensão sonora desta peça que servirá assim com mais um elo de ligação comum a todos e que será propagado também pelo mesmo AR que todos respiramos. A “paisagem sonora” criada com o recurso ao “software” “Audience Connection” explora o som de “respirar fundo”.

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

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Raízes no Ar – Conceito https://raizesnoar.com/2017/11/13/raizes-no-ar/ https://raizesnoar.com/2017/11/13/raizes-no-ar/#respond Mon, 13 Nov 2017 11:28:54 +0000 https://raizesnoar.com/?p=1  

O projeto Raízes no Ar surge no âmbito do Mestrado em Música Performance no instrumento Cavaquinho Português no departamento de Comunicação e Arte (DECA) na Universidade de Aveiro.

Este pretende ser um projeto artístico multidisciplinar, com base no cavaquinho português e onde o mesmo possa surgir como elemento central, num contexto de instrumento solista. Pretende-se assim envolver e mostrar o cavaquinho numa performance de contexto atual, rico e diversificado: a nível artístico, da composição musical e até mesmo no que diz respeito às tecnologias envolvidas.

Este é também um projeto artístico inspirado nos estudos da Suzanne Simard que comprovam que as árvores de uma floresta criam autenticas redes neuronais por baixo da terra através das raízes. As raízes de cada árvore estão interligadas a todas as outras por um elemento omnipresente e comum a todas elas o solo (segundo ela “… as raízes e o solo são realmente a fundação da floresta…”).

De acordo com Suzanne Simard, “no subsolo há um mundo infinito de caminhos biológicos, que conectam as árvores e que lhes permite que comuniquem entre si, e que permite que a floresta se comporte como se fosse um organismo único. Pode remeter-nos assim para uma forma de inteligência… Esta rede é tão densa que apenas um mero passo/metro debaixo do solo pode ter influência num raio de centenas de quilómetros… não apenas em indivíduos da mesma espécie, mas também entre espécies diferentes, funcionando de forma semelhante à internet … com ligações e nós (nodes and links). Em um dos seus estudos, recorrendo à analise de pequenas sequências de DNA, foi possível ela fazer um mapa desta rede com as respetivas ligações e nós. Neste mapa consegue-se identificar também e claramente as chamadas árvores mãe que, segundo ela, podem estar ligadas a centenas de outras árvores.

Suzanne Simard comprovou também com várias experiências, que as árvores mãe enviam diferentes tipos de partículas/sinais às outras árvores aumentando a sua capacidade de sobrevivência por mais de 4 vezes.

Igualmente se comprova nos seus estudos que as árvores estabelecem relações de preferência para com as árvores filhas (árvores que nascem das sementes da respetiva árvore mãe), enviando, por exemplo, mais carbono pelo solo para estas e “reduzindo mesmo a sua própria luta/competição entre raízes para criar uma espécie de espaço de conforto/proteção para as ‘árvores filhas’“.

Através de experiências foi verificado também que, “quando as árvores estão lesionadas ou estão a morrer, enviam uma espécie de mensagens de sabedoria às gerações seguintes das suas sementes, que vai permitir que estas sementes fiquem mais fortes, resistentes e resilientes a qualquer possível stress futuro“.

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Assim surge portanto o nome e temática do meu projeto Artístico: Raízes no AR, inspirado nestes estudos de Suzanne Simard, e no facto de grande parte da música que toco ser muitas vezes também ela inspirada na comummente apelidada música das raízes (uma vez que tem influência em algumas das práticas musicais dos nossos antepassados, nossas raízes, pessoas que nos deram origem na nossa árvore genológica).

Sendo que uma das vertentes que mais aprecio na música é a sua capacidade de estabelecer ligações entre mim e a audiência e da audiência entre si, ao ser confrontado com este estudo estabeleci logo uma ligação entre o que se passa numa performance músical através do ar e o que se passa entre as árvores através do subsolo.

Este pensamento pode ainda ser estendido ao que se passa na vida entre as pessoas em termos de relações e interações sociais/humanas, ou até mesmo ao que se passa num cérebro de um ser humano (às redes neuronais que se criam ao longo da vida), tudo aparenta ter um comportamento semelhante ao das redes inteligentes.

Fazendo uma analogia/extrapolação do mundo da floresta para o mundo dos seres humanos, o equivalente às raízes das árvores, que comunicam e emitem mensagens diversas, será o cérebro humano que igualmente se conecta com o mundo e com os outros humanos de forma semelhante, o canal de comunicação que nas florestas era o SOLO será agora o AR daí o nome: Raízes no AR

Ora sendo o meu mestrado em performance num instrumento também ele “das raízes” o Cavaquinho Português, o som que ele vai produzir e espalhar pelo AR será um som que com alguma probabilidade remeterá para as nossas raízes/antepassados, ainda mais se a própria musica for inspirada em músicas ditas tradicionais (melodias tocadas e cantadas pelos nossos antepassados em ambientes de sociabilização diversos).

Como diz a Suzanne Simard, o comportamento das raízes das árvores no solo é semelhante ao das redes de internet, com Ligações e Nós, e ainda com componentes sociais (mãe para filho, entreajuda entre árvores, entre outros já referidos). então dada:

  1. Esta analogia da Suzanne Simard relativamente às florestas (raízes) e tecnologia: internet, redes sociais.
  2. Sendo que sempre fui muito interessado nas performances musicais na ligação entre o performer e o público.
  3. Sendo que, para além de músico, sou Engenheiro de Telecomunicações,
  4. Aproveitando o facto de saber que em qualquer concerto dos nossos dias praticamente todas as pessoas têm sempre um telemóvel consigo.

Surgiu a ideia de aproveitar a mais valia do meu conhecimento tecnológico, para potenciar a comunicação entre o performer e o publico recorrendo à tecnologia e aos conhecimentos tecnológicos privilegiados que tenho, fora do âmbito musical.

É assim que surge a ideia da construção de um software que, tal como o som (através do AR), mas agora sob uma forma tecnológica, potencie a existência de mais um patamar de conecção entre as “raízes humanas” (os cérebros humanos).

 

 

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Musica 06 – Dan Ça Con Cordas? https://raizesnoar.com/2017/11/07/dan-ca-con-cordas/ https://raizesnoar.com/2017/11/07/dan-ca-con-cordas/#respond Tue, 07 Nov 2017 16:00:08 +0000 https://raizesnoar.com/?p=35 Peça 6: “Dan Ça Con Cordas?”

Esta é uma peça original, escrita para o modelo urbano de cavaquinho português
oitocentista/machete, afinação Ré, Si, Sol, Ré.

 

A partitura pode ser encontrada no LINKPauloBastos_Mestrado_DancaConCordas_9SemTab.pdf

Contexto na performance “Raizes no Ar” (segundo RoCoLo)

“Segundo RoCoLo, temos assim nesta música o cavaquinho português a
fazer a ligação entre duas música de raízes diferentes, ou seja, em
termos simbólicos teremos Portugal representado no cavaquinho
português a conectar a cultura Espanhola e Brasileira através da simples
existência desta música, dois países de certa forma seus irmãos (um pela
eterna proximidade geográfica e consequente histórica influência mútua e

outro pela proximidade colonial e linguística) temos assim o Cavaquinho
Português a fazer uma espécie de magia ao servir como um elo de
ligação entre duas músicas de raízes distintas.
Esta música pretende assim simbolizar na performance a ligação entre
“culturas de raízes humanas” diferentes, celebrar a proximidade entre as
diferentes culturas e tradições de raiz e potenciar a vivencia conjunta das
mesmas.

Por este modo RoCoLo pretende não só potenciar o aumento das ligações individuais entre seres humanos, mas também estabelecer ligações entre colectivos/grupos de seres humanos, grupos esses  que em si (como um todo), cada um deles são entidades/identidades também elas únicas, específicas relacionáveis entre si e com vida própria fora do controlo do indivíduo” ( Ref [110] )

Influências estéticas

A peça tem duas secções claramente distintas em termos de sonoridade, sendo uma delas
inspirada na música espanhola de caracter nacionalista, nomeadamente na sonoridade
característica das peças para guitarra do compositor espanhol Joaquim Rodrigo ou por exemplo
na transcrição para Viola Clássica da peça Sevilha de Isac Albeniz. A segunda secção é inspirada
na música “Brasileirinho” de Waldir Azevedo (Azevedo, 1949, Ref [34] ), a música que popularizou
e catapultou o cavaquinho brasileiro no Brasil em meados do seculo XX. Ambas as secções,
portanto, têm uma forte ligação sonora à dita “música das raízes” daqueles países.
Para além da melodia e harmonia escrita para o cavaquinho, foi pensado também um
acompanhamento percussivo criado no cavaquinho e feito com recurso à “loopsation”. Essa base
rítmica evoca a sonoridade das raízes da música tradicional portuguesa e permite um diálogo com
as duas sonoridades da peça mencionadas atrás

Técnicas utilizadas

Mão esquerda, são utilizadas de forma sistemática 3 técnicas muito especificas:
1. Ornamentos triplos ligados com recurso a corda solta (secção A).

Exemplo 14 : Peça “Dan Ça Con Cordas?”, extraído entre compassos 2 e 4
2. Ligados triplos ascendentes (secção A).

Exemplo 15 : Peça “Dan Ça Con Cordas?”, extraído entre compassos 27 e 28
3. Arpejos em uma corda com recurso a corda solta (secção C)

Exemplo 16 : Peça “Dan Ça Con Cordas?”, extraído entre compassos 58 e 60
Mão direita: é utilizada do início ao fim da peça sempre (exclusivamente) a técnica do polegar, em
movimentos alternados de vai e vem predominantemente.

Interação com o público

Um número elevado de pessoas é escolhido, aleatoriamente pelo “software,” para dançar no
palco. Esta música tem dois ambientes claramente distintos e pode assim potenciar duas
coreografias de dança diferentes se assim se entender: “Andro” e “Scotich” que implicam dançar
todos juntos numa das secções e com um par à escolha noutra, respetivamente.

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

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