Não Componho Concertos, nem Sonatas nem mesmo Sinfonias … a forma musical preferencial que utilizo nas minhas composições é inédita… chamo-a de “Consonia”.
A Consonia defino-a como sendo uma forma musical improvisada (introduz-se assim um conceito de improviso da forma e não só da música). A forma pode ser improvisada na altura da performance ou na altura da criação da obra se esta for de carácter fixo/escrito (mas terá de partir sempre de um improviso de forma). Esta improvisação da forma é feita num diálogo típico entre a composição da música e o que cada motivo/ideia musical e respetivo desenvolvimento vai pedindo ou sugerindo em termos de forma musical que está a ser improvisada.
A ConSoNia tem como referência a base de três das mais consagradas formas musicais: Concerto, Sonata e Sinfonia (tal como o seu próprio nome indica). A Consonia não é no entanto fixa, nem balizada, estas formas clássicas são meros referenciais, pontos de partida, intermédios e de chegada que, de quando a quando, deverão surgir na mente do compositor como pilares que evitam o completo caos do devaneio descontrolado ….
A Consonia é preferencialmente uma forma musical de escrita/improviso para um instrumento solista e um som da natureza, real ou imaginário (ou um conjunto de instrumentos e um ou mais sons da natureza) . Não sendo esta característica obrigatória é no entanto muito recomendada para que a forma seja potenciada ao máximo da sua expressão artística.
A consonia pretende conter dentro de si a representação da constante transformação e imprevisibilidade do universo na imprevisibilidade da sua própria forma, bem como ao mesmo tempo a harmonia e/ou de alguma forma a convivência com a natureza, que rodeia toda a obra, da mesma forma como a vida humana vai acontecendo rodeada pela natureza … eis a consonância que o próprio nome (Consonia) pode também sugerir…
A Consonia e assim a forma perfeita de composição musical Universal a ser utilizada pelo ser humano.