Musica 11 – Momentos de Transformação

Peça 11: Transformação

Contexto na performance “Raizes no Ar” (segundo RoCoLo)

“Segundo Lavoisier “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma“…

Então o que é a CONCEÇÃO? o que é a CRIAÇÃO?

A CONCEPÇÃO não é nada mais nada menos que o momento exato da TRANSFORMAÇÃO. A conceção de um ser humano por exemplo é o momento preciso em que dois elementos diferentes (o óvulo e espermatozoide) se fundem transformando-se num terceiro novo elemento (nova vida).

Por isso tal como na primeira obra, vamos então potenciar e celebrar os momentos em que as ideias surgem (são concebidas), ou seja, os momentos em que as ideiasexistentes se misturam e consequentemente tomam formas novas, os momentos exatos em que são concebidas novas ideias, o momento exato onde se dá a transformação.

Um corolário que se pode extrair daqui, é que potenciando a fusão de coisas diferentes (ou até mesmo iguais/semelhantes) é talvez a única forma de conceber/criar ou seja transformar. A Evolução que provem da transformação só acontece se houver fusão de elementos.

Vamos por isso fundirmo-nos uns com os outros, vamos inspirarmo-nos uns aos outros, estabelecer ligações dos mais variados géneros uns com os outros, pois só assim evoluímos realmente, só assim faz sentido ter uma existência única. Esta existência alias só faz sentido se for partilhada, se der o seu contributo único na composição do puzzle universal onde todos nos encaixamos, e estamos ligados, onde todos temos um espaço, e um lugar único e de relevo.

Esta peça é por isto bastante semelhante a primeira peça “Conceção – Traços do Instinto”: uma improvisação sem regras e de acordo exatamente com mesma filosofia exposta no artigo da mesma:

Musica 01 – Conceção – Traços do Instinto

 

No entanto sendo que esta peça é tocada no fim do concerto após um ciclo completo de músicas percorrido o estado emocional das pessoas, o momento no seu todo e seu contexto será já outro. Então dado o caracter improvisativo da obra e dado o diferente estado emocional e de inspiração do intérprete e da audiência neste momento específico que se estiver a viver, isso vai significar automaticamente uma peça completamente diferente da primeira obra da performance. Esta última obra vai permitir também que seja analisado de forma mais ou menos clara, o impacto que teve o concerto no instinto do performer e da audiência, por comparação direta com a primeira peça.

Esta peça pretende também demonstrar que no final de ciclos existem sempre ilações que se podem fazer, permitindo através das mesmas a sistematização e aquisição de novo conhecimento, pelo simples fazer de um balanço das experiências vividas ao longo de cada ciclo que se encerra. Isto é esta peça será em si mesma uma medida do impacto da performance no público tendo como referência a primeira peça que tem o mesmo conceito, logo por comparação poder-se-á medir assim o diferencial artístico/musical/emocional entre o inicio e o fim da performance. Abrindo caminho para uma avaliação e tomada de consciência do ciclo percorrido e como tal para a aquisição do conhecimento necessário a passar a outro patamar da existência. Criando ali naquele momento espaço para um momento de transformação do SER.

Esta obra também mostrar que o inicio e o fim (de um ciclo) acabam por ser exatamente um mesmo ponto a única forma de progredir e não ficar preso nesse ciclo é via um salto. Ou seja, para avançar realmente ao fim de um ciclo é necessário que haja uma transformação, uma consciencialização do conhecimento adquirido no decorrer do mesmo, que assim transporte quem experimentou o ciclo, para um novo patamar da espiral do conhecimento.

Um momento de conceção ou transformação só existe quando se extrai algo da experiência vivida, de outra forma ao fim de um ciclo estaremos exatamente no mesmo ponto onde iniciamos e foi um ciclo em vão.

Daí eu (RoCoLo) afirmar em uma das minhas mais celebres frases:

A inteligência é medida pelo número de ciclos necessários para aprender com o erro…”

Influências estéticas

Tal como a primeira, esta peça pretende ser um exercício de grande liberdade e não tem qualquer
ponto de referência estilístico. Todos os estilos musicais são passiveis de ser utilizados.

Técnicas utilizadas

Todas as técnicas são passiveis de ser utilizados dada a liberdade que se pretende nesta peça.

Interação publico

A interção com o público faz-se de forma idêntica à da primeira peça: pretende-se que audiência e
“performer” façam uma viagem introspetiva de forma a colocarem-se num estado de máxima
sensibilidade e sintonia e que tirem conclusões da experiência performativa que experimentaram,
e possam assim viver um momento de Transformação.

 

Mais detalhes no Documento de Dissertação de Mestrado: PauloBastosDAP_MestradoMusicaPerformance_20180706Final.pdf

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